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Tarja Turunen não precisa ser apresentada aos fãs de metal, e, mais especificamente, aos fãs de metal sinfônico. Eu tenho que dizer a vocês que sou uma grande fã da Tarja e sua música, mas isso só me faz ser mais crítica, esperar mais e querer que ela seja melhor.
Nós sabemos já há algum tempo que ela lançaria um álbum neste verão, mas ela nos surpreendeu, em seu estilo característico, anunciando uma prequela para o álbum. O que exatamente isso quer dizer?
Tarja explica: “Surpresa, surpresa! Eu realmente espero que “The Brightest Void” seja uma surpres agradável para todos vocês. Durante o processo de gravação das músicas para o meu novo álbum de estúdio “The Shadow Self,” eu percebi que havia tantas faixas, muitas delas queridas demais para mim, para um álbum só. Então desta vez eu decidi não guardar nada para mim mesma e compartilhar todas as minhas favoritas novas músicas com vocês, os fãs que mostraram apoio tão passional e constante. “The Brightest Void” te dá mais do que um gostinho do “The Shadow Self”; é um álbum completo com nove músicas! Eu estou certa de que todos vão descobrir imediatamente o quanto “The Brightest Void” e “The Shadow Self” estão enlaçados mas, ao mesmo tempo, são duas gravações independentes uma da outra. Espero que o lançamento da prequela adoce a espera até agosto e que vocês gostem das músicas tanto quanto eu. Eu apresentarei as músicas de ambos os álbuns nos festivais de verão e na minha tour principal depois neste ano.

A tracklist definitivamente é diversificada, mas também promete muito. A música de abertura, No Bitter End, dispensa apresentações, já que Tarja liberou um vídeo dela, o qual você definitivamente deveria ver se ainda não viu.

Heaven and Hell é um dueto com o seu colega estrela finlandês Michael Monroe, ícone da cena de glam rock. Ela começa como hard rock, mas com uma rápida intervenção de Tarja para lembrar quem ela é. A voz de Michael é definitivamente algo interessante, e ao contrário do que os trabalhos de Tarja tiveram antes, duros e quase guturais. O tempo é inacreditavelmente rápido para o que esperamos dela e as vozes combinam muito bem. Tarja atinge algumas notas bem agudas, o que contrasta com a voz grave de Michael. O meio da música traz uma intermissão mais lenta, uma parte mais melancólica e profunda, que instantaneamente volta à velocidade que encontramos inicialmente. Estou certo de que há pessoas que acharão o refrão magnífico, apesar de ser difícil entender a letra. Pode soar um pouco bagunçado, mas traz um bom equilíbrio de partes de hard rock, sinfônicas, operáticas e mesmo de jazz.

Eagle Eye é uma música mais leve, o que possibilita ouvir a bateria (tocada por Chad Smith) com mais clareza. O ritmo permanece o mesmo através da música, estando ali só pra manter a música “metal” o suficiente. Nós também podemos encontrar vocais surpreendentes de Toni Turunen, irmão de Tarja. “Sobre a terra que vimos, onde o vento varreu e limpou nossos corações. Quando nós tivermos queimado tão profundamente por dentro, restam as cinzas e então começa… olho da águia!” É uma composição em outro nível.

An Empty Dream é novamente uma música que dispensa muitas apresentações, desde que foi lançada como parte da trilha sonora para o filme argentino Corazón Muerto. Não é uma música da qual você talvez se torne um fã instantaneamente, mas é boa, com vocais limpos, muitos efeitos de som eletrônico diferentes e uma sensação assustadora aqui e ali.

Witch Hunt é uma música que foi pedida pelos fãs para ser gravada insistentemente desde que Tarja a tocou em concertos clássicos. Ela demonstra a parte mais clássica da voz de Tarja, enquanto dá a ela um instrumental mais moderno. É uma música que precisa ser ouvida direito e apreciada. Ela dará arrepios em muitos fãs.

Shameless é uma das músicas menos sinfônicas aqui. Os vocais são agudos e realmente demonstram o lado operático de Tarja, enquanto mantém uma batida simples e clássica. O instrumental é barulhento e evidente, mas ela o compensa com sua ótima voz. É uma canção divertida para cantarolar, mas não para ser o topo de listas de vendas.

House of Wax é um cover da música de Paul McCartney, uma pedra preciosa ignorada. O som suave e a orquestração funcionam perfeitamente com a voz de Tarja. Esta faz com que a música pareça mais cálida que a original, com o ritmo lento criando um som atmosférico. Enquanto de vez em quando você escuta seus agudos característicos, o tom geral da música é mais baixo. Ela quase te faz imaginar se ela conseguiria ir mais grave e de forma mais dura no futuro.

Goldfinger é o conhecido tema principal de James Bond, com uma reviravolta especial. Você pode ter ouvido a música ao vivo se acompanhou as turnês de rock dela. Senão, você pode procurar por uma gravação ao vivo. O instrumental às vezes é coberto pelos vocais fortes de Tarja. Eu realmente gosto que a orquestração complexa mantém o ritmo, mas dá à música uma aparência mais moderna. Música de James Bond é praticamente um gênero por conta própria, e Tarja consegue trabalhar com ele. É tudo tão teatral. O final da música nos traz Tarja beltando e sustentando aquele agudo como se não houvesse amanhã.

Paradise (What About Us) [Tarja Mix] é apenas uma nova versão da música do Within Temptation. Eu normalmente não gosto de mixes e remixes, mas eu posso dizer que algo muito bom desta versão é que podemos ouvir Sharon e Tarja com mais clareza. Este foi meu único problema com o original, que as vozes delas não estavam tão presentes e poderosas como eu poderia ter desejado, com Tarja sendo difícil de ouvir às vezes. Mesmo assim, acho que prefiro a versão do WT. Eu gosto do som da banda original, em que a voz se encaixa como em um quebra-cabeças. Eu gosto de ouvir mais da Tarja e da Sharon juntas. Como uma última diferença, o solo final nesta versão é da Tarja e não da Sharon.

Em geral, isso é exatamente o que foi prometido, um gostinho de seu próximo álbum. Ele nos mostra como Tarja soa agora, o que ela quer expressar. É diversificado, traz coisas novas. É uma nova declaração de quem ela é como uma artista, e pode ser que seja bem na sua cara, pegar ou largar. Ela sabe quem é e você deveria ir atrás dela. É o passo lógico depois do CITD para ela, é a transição ao rock hard/clássico + vocais operáticos. Não espere por sinfonias, coros, orquestras. É o mais longe que ela já esteve do metal sinfônico. Não espere o que Tarja fez no passado. Ela já acabou com aquilo e ela está aqui para mostrar do que ela está falando. Se divertir com seu som, sua voz, seu próprio espaço para definir sua música, ela ficará com ele. É desnecessário dizer que a voz dela está celestial como sempre.
Você deveria ouvir o álbum mais vezes. Pegue, ouça, volte a ele. E, depois disso, compartilhe sua opinião. Discuta. Compartilhe. Conecte. E fique de olhos abertos para o The Shadow Self.