MetalGossip está realmente honrada pela oportunidade de bater um papo com a incrível Tarja Turunen.

MG: A primeira pergunta é sobre seu CD clássico solo, “Ave Maria Em Plein Air”. Se eu não estiver enganada, você prefere música clássica alemã. Você pretende cantar alguma música clássica veneziana ou neapolitana?

T: Como cantora lírica, meu repertório é bastante variado. Amo cantar lieds alemãs, mas no geral, minha preferência é música de câmara. Sempre estou em busca de algo novo para cantar nos meus concertos clássicos, por isso não teria nada contra em aprender música clássica veneziana ou neapolitana.

MG: Sabemos que os concertos natalinos são muito populares na Finlândia, atualmente. Você foi a primeira a estabelecer essa tradição ou havia muitos cantores fazendo isso antes de você?

T: É uma tradição bastante popular na Finlândia ter artistas se apresentando durante o mês de Dezembro, principalmente perto do natal. Definitivamente não fui a primeira artista que começou a fazer concertos nesta época do ano, na Finlândia. Há décadas outros artistas e bandas fazem isso no meu país natal. É uma bela tradição de muitas famílias finlandesas, ver um ou dois concertos natalinos em dezembro. Minha família também mantinha essa tradição quando eu era jovem.

MG: Seus fãs na Rússia estão preocupados com o destino do Outlanders. Você pode nos contar em que estágio esse projeto está? Iremos ouvi-lo algum dia?

T: Outlanders é um projeto paralelo, então não estou com pressa. Tenho outras prioridades, no momento, na minha vida. Isso não significa que Outlanders não verá a luz do dia. Finalizamos as composições e gravamos boa parte das músicas. Então, será possível ouvir algo a respeito quando o momento certo chegar.

MG: Alguns fãs estão preocupados com sua constante aparição na TV nos últimos anos. Sua participação no The Voice Of Finland fez com que muitos pensassem que você planeja focar na carreira de estrela televisiva, ocasionalmente realizando concertos clássicos. É verdade?

T: A aparição na TV é parte da minha carreira como artista, mas isso não significa que eu poderia desistir da minha carreira nos palcos. Amo fazer turnês e respiro pela música. Então, definitivamente, não está nos meus planos mudar minha vida radicalmente e focar na TV. Amo o desafio que o The Voice Of Finlad me deu. Você pode ver que ainda posso aprender novas coisas sobre música. Continuarei fazendo turnês clássicas e de rock no futuro, assim como fiz no passado.

MG: Como você se vê daqui a dez anos? Você pensa sobre isso? Tem vontade de continuar a carreira no metal ou planeja tornar-se mentora?

T: Não sou professora, mas uma artista performática. Então, não me vejo ensinando o tempo todo no futuro. Talvez ocasionalmente, como fiz no passado. Definitivamente, trabalharei duro para conseguir fazer turnês e álbuns daqui a 10 anos. Meu objetivo é fazer música enquanto me sentir bem para isso.

MG: Você tem alguém para cuidar de casa ou prefere fazer isso sozinha?

T: Amo limpar e cuidar da minha casa. Na verdade, sou muito boa nisso e obcecada em limpeza. Até mesmo minha filha mantém o próprio quarto limpo. Às vezes, preciso de ajuda quando o trabalho é muito e o tempo para cuidar da minha filha, do trabalho e do lugar em que vivemos é curto. Aí procuro alguém para me ajudar, mas isso não acontece todos os dias.

MG: Sua filha pode ser vista com você na turnê. Você assiste desenhos com ela? Qual seu personagem favorito? Você gostaria de cantar em desenhos? (há um desenho russo maravilhoso, Masha i Medved, ou Masha and the Bear, diga-se de passagem. Sharon Den Adel assiste com os filhos. Recomendamos!)

T: Estamos familiarizadas com Masha and the Bear. Minha filha também adora. Outros desenhos favoritos da Naomi sãoGasparzinho e Tom e Jerry. Ela adora os filmes da Pixar, inclusive Frozen, O Bom Dinossauro, Nemo, divertidamente etc. Eu adoraria dar voz a um desenho ou filme algum dia. Seria maravilhoso!

MG: Na maioria dos casos, músicos do metal não possuem educação musical clássica ou de qualquer outro tipo. Em sua opinião, isso é necessário ou você acredita que um talento nato não precisa ir à universidade?

T: Definitivamente, eu não teria a voz que tenho hoje se não tivesse passado por vários anos de estudos e lições como cantora lírica, porque não é possível tornar-se esse tipo de cantora sem fazer aulas de canto com alguém experiente. Você pode ter talento para cantar, mas não pode ter nascido com o conhecimento de como ser uma cantora lírica sem ir à escola. Durante minha carreira, trabalhei com vários músicos incríveis que nunca estudaram em nenhuma escola ou universidade, mas todos tinham os conhecimentos necessários para fazer música. Eles precisaram aprender sozinhos, de alguma forma. Talento é necessário, especialmente para instrumentalistas, mas algum tipo de conhecimento de música é necessário. Conheço vários cantores que nunca precisaram tomar aulas de canto e conseguiram uma carreira de sucesso no pop ou no rock. Mas, para mim, a situação foi diferente porque eu queria aprender canto clássico. Tudo depende do que você quer fazer na sua vida.

MG: Levando em consideração sua longa carreira e experiência, você gostaria de escrever um livro de memórias? Você tem algo a dizer para seus fãs e talvez para seus seguidores?

T: Isso é algo que me é questionado sempre. Tenho planos de escrever um livro em algum momento da minha vida, mas ainda não é o momento certo. Sinto que sou jovem para algo memorialístico. Com sorte, algum dia eu poderei lançar um livro recheado de memórias da minha vida com a música.

MG: Já se pode ouvir comentários a respeito do seu próximo álbum. O que você pode nos dizer a respeito? Podemos aguardar algum dueto? Haverá surpresas? Adoraríamos ouvir algo sobre isso!

T: Até o momento, mixamos o álbum com Tim Palmer, então o álbum estará finalizado em breve. O lançamento está planejado para o final do verão do próximo ano. Cantarei algumas das músicas do novo álbum nos festivais de verão, na Europa, mesmo antes do lançamento. O álbum segue o caminho que tomei no Colours In The Dark. Ele soa e tem estilo sábio. A escrita das músicas e o som são bastante naturais. Pessoalmente, sinto que esse é o álbum mais forte, até aqui, da minha carreira, porque já percorri um longo caminho como artista solo e me sinto muito bem neste momento da minha vida. Tudo isso é refletido naturalmente. Há convidados no álbum, alguns serão uma surpresa para vocês e eu tenho certeza que será uma surpresa positiva!

MG: Muito Obrigada! Estamos ansiosos pelos seus concertos na Rússia!