Mara Medforth-Mills: O que te fez querer filmar o Luna Park Ride, cara Tarja Turunen?
Na verdade, nós não filmamos o LPR ou o material bônus. Quando nós lançamos, o meu primeiro vídeo ao vivo, "Act I", queríamos adicionar algo especial para o Media Box Set limitado. Nós sabíamos que a casa de show havia conseguido uma gravação do show em múltiplas faixas, então nós enviamos os arquivos para Tim Palmer e conseguimos uma ótima mixagem de som do show. Mas nós ainda não tínhamos nenhuma imagem!! Então pedimos aos fãs que tinham filmado ao show para nos mandar seu material, e surpreendentemente recebemos uma montanha de material feito por vocês com celulares e pequenas câmeras. Nós apenas adicionamos as imagens filmadas pelas câmeras que foram usadas para as telas durante o show e arranjamos a edição do vídeo. Nós ficamos muito satisfeitos com o resultado para uma gravação "não profissional". Dá um sentimento especial, como se o ouvinte estivesse entre a multidão.

Julien Potier: Ei, Tarja! O Luna Park Ride inclui uma performance de Anteroom of Death, na qual você compartilhou o palco com o Van Canto. Como foi tocar ao vivo com tantos cantores, tantas vozes, corais e bateria para acompanhar você?
Foi uma grande gentileza do Van Canto me convidar para o show deles no Wacken Open Air ano passado. Eu os conheço há alguns anos agora, e os encontrei muitas vezes. Já que eles trabalharam na música Anteroom of Death para o meu álbum, nós estivemos desejando tocá-la juntos há um tempo. Finalmente, e com sorte, isso aconteceu. Não é a primeira vez em que eu canto com um coral. Eu mesma fui parte de vários corais como de igreja, em ópera, infantis e de faculdade, para mencionar alguns. Além do mais, eu colaborei e ainda colaboro com corais em meus concertos clássicos. Certamente ter tantos cantores em um palco como o do Wacken deixou tudo particularmente especial.

Amanda Mäkynen: Qual é a mais divertida ou impressionante memória do Luna Park Ride?
Luna Park é uma casa muito respeitada em Buenos Aires. Uma daquelas em que, como artista, você sempre deseja ter a chance de tocar. Eu já fui assistir shows de grandes músicos lá, como Deep Purple, Scorpions, Joe Satriani, Ringo Starr, Alice in Chains, Tears for Fears e Roxette. Então foi uma experiência emocional, sem dúvidas, tocar lá!

Thiago Abreu: Porque você escolheu fazer outro DVD ao vivo de um show da turnê do WLB ao invés de um do Colours on the Road?
Act I foi baseado nos meus álbuns "My Winter Storm" e "What Lies Beneath", e o Act II será baseado no Colours in the Dark e meu próximo álbum de estúdio. LPR é um produto especial para vocês, feito por vocês. O show do Luna Park Ride foi muito emocional e querido para mim, e por este motivo eu quis torná-lo disponível para todos verem. Independentemente, não é comparável à produção técnica do Act I ou do futuro Act II.

Myla Eslayne: Por que você decidiu fazer um DVD apenas para este show? É o mesmo show que temos no mediabook do Act I, então há alguma razão especial?
Eu amo este show e o fato de que, já que não estávamos filmando para um DVD, estávamos todos relaxados e nos divertindo no palco. É normalmente mais difícil e nos deixa nervosos, saber que há câmeras te seguindo. O Media Book do Act I foi uma edição limitada de apenas 1000 unidades. Ele está há muito tempo fora de estoque e a gravadora acredita firmemente que ainda há muitos outros fãs ao redor do mundo que desejam tê-lo.

Gisel Hernández: Mike Terrana reclamou direitos de imagem em todos os trailers e vídeos do "Luna Park Ride" e a Earmusic deletou os vídeos... o que houve?
Devo dizer que isto foi uma surpresa para mim. Eu soube sobre isto ao mesmo tempo em que vocês, ao ler a legenda exibida pelo Youtube nos vídeos. Nós estamos, no momento, discutindo com Mike de que se tratam suas reclamações.

Erika Van: Como você escolheu quais performances colocar no dvd bônus?
Tarja: Nós não gravamos nem filmamos nenhum dos bônus nós mesmos. Nós entramos em contato com os festivais e casas de show nos quais eu me apresentei nos últimos anos e descobrimos que alguns tinham registrado imagens e sons dos meus shows. Eles nos deixaram usar o material, então o que você verá nos bônus foi o que conseguimos ter. Tentamos melhorar as imagens o máximo possível e re-mixamos o áudio com Tim Palmer, que também fez a mixagem do ACT I e do Luna Park em si.

Franco Monterosso: Minha pergunta, há alguma razão para que ambos seus dvds ao vivo tenham sido gravados na Argentina? (Por mim, melhor assim, estive em ambos :)).
Tarja: LPR é um complemento do ACT I. Foi originalmente lançado como bônus numa edição limitada dele. Então, como pacote, fez muito sentido para nós que ambos fossem filmados na Argentina. Eu também lançei o Beauty and the Beat, filmando na república Tcheca e o Harus, filmando na Finlândia. Tenho planos para meu próximo live, o Act II e só posso dizer que ele não será um concerto completamente filmado na Argentina.

Ame' Khad: Oi Tarja Turunen, entre os bônus do LPR, haverá "Never Enough" do show Summerbreeze, o qual foi uma gravação original e divertida, como você teve a maravilhosa ideia de pegar a câmera e filmar o público de frente? Você pôde carregar a câmera com facilidade enquanto cantava ou foi difícil pra você? Nunca vi um artista fazer isso, talvez você foi a primeira! (ou não)
Na verdade a câmera era muito pesada. Combinei com a equipe de filmagem anteriormente, mas não tivemos tempo de ensaiar. Então no começo de "Never Enough", quando a câmera foi entregue à mim, me surpreendi com seu peso, perdi a concentração e esqueci a letra da música completamente. Foi uma gravação ao vivo verdadeira, você pode checar por si mesmo no vídeo. Também não ajudou que a câmera tinha um cabo. Estou acostumada a correr no palco com meu microfone sem fio, então de repente ter um cabo novamente não foi fácil enquanto cantava.
No mais, foi divertido.

Karla Sosa: Como o Luna Park Ride é diferente dos vídeos que podemos assistir no youtube? Sei que ele foi filmado por fãs...
Tarja: além das gravações oficiais, em geral, você pode encontrar vídeos no youtube gravados em celulares e câmeras de baixa resolução. Às vezes você consegue ouvir uma música inteira ou apenas alguns segundos. O áudio não é o melhor quando gravado com uma câmera menor ou celular. A qualidade depende muito da posição da pessoa que está filmando. O Luna Park Ride, como você mencionou, é formado por de gravações feitas por fãs. No entanto, há uma combinação de diferentes câmeras, e a edição de vídeo é profissional. Você tem a impressão de estar assistindo um show gravado de diferentes ângulos, com captura de tela ampla e próxima, não apenas de uma posição fixa de uma única câmera ou celular. Claro, a principal diferença é que o áudio foi gravado profissionalmente e mixado por um dos melhores engenheiros do mundo, Tim Palmer. Eu digo que depende de como você aprecia vídeos e, especialmente, música nestes dias. Se você gosta de assistir a um vídeo da melhor maneira possível, num sistema de som legal e com uma boa TV, você encontrará uma enorme diferença entre o que é produzido no computador, sem edição de áudio, amplificação ou auto-falantes. Como artista, eu não vou jamais limitar a qualidade do que quer que eu esteja fazendo para diminuir custos ou por assumir que os fãs não se importarão. Eu estou fazendo minha arte para mim e para todas as pessoas que podem apreciá-la.

Bren Rivero: O LPR terá fotografias profissionais ou apenas feitas por fãs? E por que você escolheu manter a mesma estética do Act 1? Quero dizer, a mesma geométrica das teias. Também gostaria de saber a respeito do fotógrafo por trás das fotos da capa.

Tarja: Como esse lançamento não havia sido planejado por nós, não preparamos nem temos material extra além das músicas bônus e seus vídeos. Nós queríamos ter muita música no DVD, por isso nos concentramos em encontrar uma grande quantidade de vídeos. O design do LPR é totalmente intencional. Esse show foi lançado na versão media book do Act 1, por isso queríamos manter a mesma idéia para este lançamento. Esse não será o caso dos futuros lançamentos ao vivo. As fotos que você encontra no LPR foram todas tiradas por meus fãs, até mesmo as da capa. As fotos da capa foram tiradas por Soledad Diez. Ela sempre tira fotos maravilhosas dos meus shows.

Edgar Sánchez Faba: Uma das apresentações que mais amo do material extra é a do Masters of Rock. Como você se sentiu cantando, ao vivo, junto à orquestra sinfônica e à banda?

Tarja: É sempre um desafio maravilhoso cantar junto com orquestra sinfônica, coro e banda. Isso envolve muitas pessoas no palco, preparação, e traz bastante trabalho, especialmente para os engenheiros de som. Eu trabalhei muitas vezes com orquestras sinfônicas na minha carreira clássica, mas também com minha banda de rock. Obter um bom e balanceado som num show de rock em que tanto a orquestra quanto a banda de rock sejam ouvidas bem, é bastante difícil. Visualmente, tudo sempre parece maravilhoso e impressionante quando há muitas pessoas no palco, tocando juntas; mas, às vezes, você não pode dizer o mesmo do som. Quando a guitarra elétrica toca o primeiro acorde, a seção de cordas inteira desaparece! Não me leve a mal; eu realmente amo tocar com orquestras sinfônicas. Eu adoraria, um dia, fazer uma turnê de rock com orquestra e coro! Ainda não tenho nada do tipo planejado, mas espero, um dia, fazer com que isso aconteça. Daqui a alguns dias farei uma turnê clássica na Rússia com várias orquestras e coro, então eu realmente espero passar por essa experiência.