El País Uruguay: Una voz que encuentra colores en la oscuridad

Tarja Turunen não para, e também não pode parar. “É assim que sou,” reconhece por e-mail ao El País no meio de uma turnê que amanhã a trará para tocar novamente no Uruguai. Turunen, uma finlandesa de 38 anos que se transformou em um ícone do metal sinfônico, vive em turnê.

“Realmente não me vejo como um ícone para nada,” avisa, “mas me honra que alguém considere que meu trabalho como influente, claro que sim.”

De 1996 a 2005, Turunen foi a agudíssima voz do Nightwish, uma banda popular e referêcia em seu estilo. Uma voz separada do grupo por diferenças artísticas, começou uma aventura solista que não tem pausa.

Desde então, combina projetos artísticos e musicais com sua vida familiar que tem base na Argentina, onde se estabeleceu algum tempo depois de se casar com seu empresário, o argentino Marcelo Cabuli.

O feito de levar mais de uma década morando na região a marcou musicalmente; em repetidas oportunidades, se reconheceu como fã de Gustavo Cerati e do tango. De fato, em um recente trabalho batizado Ave Maria, fez versão das composições de vários autores, e incluiu uma peça de Astor Piazzolla.

“Minha vida na Argentina tem a ver com tudo o que faço hoje a nível artístico, porque escrevo sobre minhas coisas pessoais, sobre os lugares onde estou. Além do mais esta cultura aberta me ajudou enormemente a me abrir mais, também. Viver em uma cultura tão diferente da minha só me deixou coisas boas,” admite a finlandesa.

Turunen fará amanhã sua performance às 20h no Montevideo Music Box (Larrañaga y Joanicó), e apresentará formalmente o seu último álbum, Colours in the Dark, lançado em 2013. A finlandesa virá com sua banda, integrada por vários argentinos e pelo guitarrista alemão Alex Scholpp, e abrirão o show os membros uruguaios da banda Nameless, que também tem uma vocalista feminina, Betina Sánchez. As entradas estão à venda em Abitab e custam 1.230 pesos (preço único). “A banda detona ao vivo,” adianta a cantora, “e estou muito entusiasmada por me encontrar com meus fãs uruguaios outra vez. O show terá muito rock.”

Em sua agenda está a turnê de Colours in the Dark, que já a levou por 32 países. Este é seu terceiro disco de estúdio, depois de My Winter Storm e What Lies Beneath (antes houve o Henkäys Ikuisuudesta, um especial que só foi lançado em seu país natal).

Colours in the Dark é um álbum fiel a seu estilo, apesar de mais melódico, o que permite que dê maior projeção e iluminação a sua voz, com outros matizes. O disco é obscuro como os anteriores, apesar de nem tão pesado.

Para Turunen, este trabalho tem uma importância especial, porque permitiu que se consolidasse como solista e por sua vez encontrar um lugar cômodo depois de quase uma década de busca intensa.

Sem dúvidas, ter encontrado este lugar não se traduz em seu caso a um tipo de relaxamento. Muito pelo contrário; enquanto encara a reta final desta turnê, a cantora (que gravou com dezenas de artistas ao longo de sua carreira) tem planos a muito curto prazo.

“Em dezembro farei uma turnê européia com Ave Maria e vou trabalhar na nova temporada do The Voice finlandês como jurada,” adianta ao El País. Turunen já participou da temporada anterior do reality como jurada. Além disso, seu próximo disco de rock está em pleno processo de mixagem, e em meiados de 2016 (entre agosto e setembro) já estará à venda. Como ela faz para lidar com tantas coisas de uma só vez? Não sabe, ela apenas o faz e gosta disso.

Você vem ao Uruguai apresentar seu disco mais recente, mas enquanto isto teve outro projetos, como Beauty & The Beat e Ave Maria. Como faz para combinar tantas coisas?

Sempre estou trabalhando em muitos projetos de uma vez porque sou assim, gosto de estar sempre ocupada e produtiva. Gosto do desafio de me envolver nestes projetos.

O que o Colours in the Dark te trouxe? O que ele significa em sua carreira solo?

Com este álbum, encontrei meu estilo e especialmente o meu som. Mas, como é meu terceiro disco (solo), também mostra que estou bem e confortável comigo mesma como artista. Pessoalmente, este é um álbum muito importante para mim.