Tarja Turunen:

 “Recebi estranhas cartas sexuais”

  Tarja Turunen recebeu estranhas mensagens de um homem, para o qual ela havia se tornado uma obsessão. Mais de 500 cartas endereçadas a Turunen foram encontradas em sua casa. Por causa de alguns fãs malucos, a cantora está preocupada com sua segurança e com a de seu marido.

  Tarja Turunen, radiando de felicidade, está tendo um dia muito agitado, embora também seja um dia muito importante ao mesmo tempo.

- É nosso aniversário. Nós nos casamos na prefeitura de Helsinki na véspera de ano-novo, mas,tivemos um casamento de verão há exatamente nove anos, diz ela referindo-se ao seu marido, Marcelo Cabuli.

   Também há uma razão para se comemorar no dia anterior.

- Ontem fez exatamente onze anos que começamos a namorar, diz Tarja sorrindo.

 Ela não espera nada especial em honra do aniversário, embora nunca se possa ter certeza do que Marcelo, que adora surpresas, possa inventar.

- O melhor presente é que podemos ficar junto o tempo inteiro. Nós dizemos muitas palavras bonitas um ao outro no nosso dia-a-dia. A melhor decisão que tomei na minha vida foi ficar com o Marcelo. Preciso dele todos os dias da minha vida. É maravilhoso ver como o amor é um sentimento que cresce. Que é possivel gostar de alguém ainda mais do que você gostava um dia antes.

  E a melhor parte é que o sentimento é mútuo.

- Ele sabe como dizer em voz alta. Dizemos “eu te amo” todos os dias. E não é só porque é um hábito, é porque sentimos isso todos os dias. Sei que tenho muita sorte.

    As coisas também vão bem no trabalho. Neste sábado Tarja irá receber um disco de ouro na Alemanha por seu primeiro álbum solo. Bandas finlandesas já receberam vários discos de ouro da Alemanha, mas Tarja será a primeira artista solo a receber um.

- É uma sensação muito boa porque os tempos mudaram muito, e álbuns já não vendem da maneira que vendiam. Por isso que um disco de ouro hoje em dia é uma conquista.

 Da Alemanha, Tarja irá para a Índia, aonde as fotos para o encarte de seu novo disco serão feitas. * nota do TarjaBrasil: a sessão de fotos da Índia acabou sendo realizada antes da entrega do disco de ouro na Alemanha.

  Nos últimos anos você têm dito que quer uma família. Isso está próximo de acontecer?
- Estamos vendo quando exatamente o bebê poderia vir. Vamos ver, talvez aconteça. Quero muito uma criança e culpo os meus dois irmãos por isso. Meu irmão mais velho tem duas filhas, e agora meu irmão mais novo tem uma filha também. Caramba, meu irmão mais novo teve filho antes de mim!

 E você e o seu marido estão prontos para serem pais?

- Nesses últimos 11 anos temos nos divertido muito. A vida têm sido uma aventura. Isso  tudo têm sido incrível para nós dois. Se um bebê vier, pode fazer a gente pegar mais leve, pelo menos no começo. Eu adoraria ver Marcelo com um bebê. Para mim é tranquilo pensar em começar uma família porque já vi como o Marcelo é um bom pai para os filhos dele.

 Como os finlandeses reagem ao seu marido estrangeiro?

- Eles não chegam insultando na cara, exceto quando estão bêbados. Entretanto, quando se trata de negócios, é fácil perceber que os homens de negócios finlandeses simplesmente não conseguem aceitar que alguém de um país estrangeiro possa lidar melhor com as coisas. Esse tipo de atitude e preconceito são fortes. Aqui, nós não gostamos quando alguém de outro país sugere uma maneira diferente de fazer as coisas, mesmo que seja uma maneira melhor do que a nossa. As sugestões são sempre rejeitadas. Isso acontece muito aqui.

Sua performance em Savonlinna em julho recebeu duras críticas no Helsingin Sanomat. Como você reagiu?

- Minha perspectiva sobre as resenhas é que você pode aprender com uma crítica construtiva, e isso sempre é uma coisa boa. Todo mundo tem sua opinião, mas, nesse caso, estou confusa; como artista, eu sei quando o público não está gostando de uma apresentação. Sei que a minha performance com José Cura foi muito diferente do que se costuma ter em Savonlinna. Talvez isso tenha sido um pouco demais para a crítica.

 
Se, aos seus olhos, um show foi um sucesso, é difícil quando você vê que esse show foi massacrado pela crítica?

- Essa é a vida de um artista. Claro que sempre machuca quando você dá o seu melhor. Eu não faço nada de qualquer jeito. Minha primeira reação à essa crítica foi que, não importa o que eu faça, nunca vai ser o suficiente. Eu tenho que ficar acima dessa crítica, e lembrar que você pode e precisa ter sua própria opinião. Eu simplesmente tenho que permanecer forte e lidar com todas as diferentes opiniões que as pessoas tem.

 
Você desistiu de sua casa na Finlândia. Isso foi muito difícil para você?
 
- Meu trabalho me leva ao redor do mundo, e muita gente acha que isso é a melhor coisa da vida. Mas não é. A melhor coisa da vida é ter uma casa onde eu possa passar um tempo em paz. Minha casa agora é em Buenos Aires. Têm sido muito estressante ter uma outra casa na Finlândia. É muita coisa para cuidar e acabou sendo impossível por causa da longa distância.

 É muito estresssante não ter conseguido vender a sua antiga casa em Kuusankoski?

- Nós sabiámos que ia ser difícil vender a casa, porque há duas casas habitáveis e bem destacadas no mesmo quintal. Uma delas foi utilizada como estúdio. Está claro que vender essa casa pode levar um bom tempo. Mas não deixamos isso nos incomodar. 
  
  Sua conexão com a Finlândia mudou?

 - Mudou porque eu tenho vindo pouco para cá, por muito tempo. Venho para cá mais por trabalho mesmo. Hoje em dia eu percebo muitas coisas bonitas que tem aqui, e que nunca havia prestado atenção. Na Argentina, a vida é sempre animada. Alguma coisa inesperada, algo para qual você não estava preparado, acontece o tempo inteiro. Isso me fez largar um pouco daquele costume finlandês de sempre programar tudo, e as coisas acontecerem exatamente da maneira que você planejou. Você tem que saber lidar com essas mudanças do dia-a-dia em um lugar que tem cinco milhões de pessoas vivendo no coração da cidade e quinze milhões em toda a áera.

   Você se sente segura em meio ao pandemônio da cidade grande?

- Alguma coisa sempre acontece, e isso faz parte de viver em uma cidade tão grande. Há engarrafamentos e acidentes no trânsito; você tem que ter cuidado quando anda na rua; todo dia alguém morre... a Argentina foi poupada do tipo de crime organizado que existe, por exemplo, no Brasil. Sinto-me segura, e posso andar sozinha por lá. Eu sempre fui muito sensível, mas fiquei mais forte enquanto estive morando na Argentina.

    O quanto as pessoas prestam atenção em você?

- Você não precisa ser loira para chamar atenção dos homens na Argentina. Ás vezes tanta atenção fica meio confusa quando os homens gritam e assobiam para mim. As mulheres de lá são elogiadas pelos olhos e pelo sorriso. Os homens na Argentina demonstram sua admiração com respeito, não é algo degradante para as mulheres. Claro que sou reconhecida sempre por causa das minhas grandes turnês na América do Sul, e, por estar na capa de revistas.

  Seus fãs chegam a ser intensos ao ponto de cometer assédio?

- Sim. Ás vezes chega a um nível de devoção doentia. E não tem mais nenhum realismo nisso mais. Para alguns homens, só o fato de me conhecer já é demais para eles. Alguns homens, mulheres, viajam ao redor da Europa para ver todos os meus shows. Eu recebo mensagens aonde a pessoa diz que vai casar comigo. Não importa se já sou casada. Não quero que Marcelo me deixe sozinha, porque sei que tem alguns caras me seguindo durante as minhas turnês. Eu me preocupo com a segurança do Marcelo. Algumas pessoas podem ter a ideia de querer tirá-lo do caminho. Mas o próprio Marcelo não fica nervoso com isso. Ele gosta que as pessoas me admirem.

- Durante alguns anos eu recebi estranhas cartas sexuais de um finlandês. Foram encontradas mais de 500 cartas endereçadas a mim em sua casa. Essas mensagens pararam por algum tempo, mas, depois de um curto intervalo, essa pessoa começou a ligar para o Marcelo. Agora isso parou também.

  Ainda perguntam muito sobre o Nightwish?

- É compreensível que eu ainda seja lembrada como a vocalista do Nightwish, então suponho que esse assunto sempre vai surgir, mas não é mais tanto assim. Mas acho ótimo quando as pessoas ficam interessadas em mim por causa do que eu estou fazendo agora.

Você se cobra muito hoje em dia?

- Eu adoro uma boa comida e um vinho tinto. Compenso isso com academia e natação. Eu me mantenho em forma para não ficar preguiçosa.
  
- As pessoas sempre pensam em mim como uma rainha da beleza no cenário do rock internacional, então isso cria uma pressão em cima de mim. Ainda mais agora que estou ficando mais velha. Eu me cobro menos em certas coisas do que antes, mas, é claro que tenho que cuidar da minha aparência porque sou uma pessoa pública. As pessoas ao redor do mundo discutem o meu visual em fóruns da web. Nunca leio essas conversas porque eu ia ficar maluca se as lesse. Mas sei que tenho que cuidar de mim mesma. As coisas já não vêm fáceis como costumavam vir quando eu era mais jovem.

      No que você gasta o seu dinheiro?

Em roupas, sapatos, bolsas e cosméticos. Eu carrego enormes jarras de produtos de beleza quando estou viajando; todas elas fazem parte do meu trabalho, então, não penso nisso como desperdício. Também não considero desperdício o fato de viajarmos muito no nosso tempo livre. Nós gostamos muito de mergulhar, então, viajamos para mergulhar com frequência.

   Você vai lançar o primeiro álbum clássico de sua carreira. O que podemos encontrar nesse álbum?

O álbum vai estar cheio de Ave Marias. Eu nunca ouvi um álbum que não tenha nada a não ser um monte de diferentes Ave Marias. Também haverá uma Ave Maria que eu mesma compus. Esse tipo de álbum combina com o meu atual estado de espírito. Vai ser gravado em novembro, com um músico que toca orgão, chamado Kalevi Kiviniemi, foi ele quem teve a ideia de fazer esse álbum.

  Boxes e textos nas fotos:
 

Boxes:

Quem?

 Tarja Soile Susanna Turunen Cabuli
Nacida em : 17 de agosto de 1977 em Kitee, Finlândia.
Reside em: Buenos Aires, Argentina
Família: Marido Marcelo Cabuli
Profissão: Cantora/compositora
Carreira: Vocalista do Nightwish entre 1996 e 2005. Álbuns solo: Henkäys Ikuisuudesta (2006), My Winter Storm (2007), What Lies Beneath (2010)

 O que a fez parar?
  A morte da mãe.

- Quando a minha mãe faleceu em 2003, foi muito difícil para mim. Aquele sentimento ruim que eu tinha dentro da minha cabeça acabou desenvolvendo sintomas físicos. Começava o dia vomitando. Foi a fase mais difícil da minha vida, culminando com o final de 2005, quando minha carreira com a banda acabou. Eu estava arrasada e cansada, mas meu marido continou forte. Ele teve a força para me ajudar durante todos esses problemas. Nós choramos juntos muitas vezes, mas isso só fez com que ficássemos mais próximos.

  Em cinco anos...
 Talvez uma família

- Eu desenvolvi uma maneira bem diferente de trabalhar, se ou quando, eu tiver uma família. Caso contrário, a vida, assim espero, continuará da mesma maneira. Vivemos uma vida muito feliz em Buenos Aires.

 Textos nas fotos:

 Minha foto mais importante:

 O obelisco no centro de Buenos Aires é o símbolo da independência da Argentina. É um memorial muito importante para os locais. Essa foto significa muito para mim porque foi tirada logo após a gente ter decidido desistir da nossa casa na Finlândia. Agora nossa casa é na Argentina.

 - Eu não gosto que o Marcelo me deixe sozinha, porque sei que tem alguns caras me seguindo durante as minhas turnês. Eu me preocupo com a segurança do Marcelo. Alguém pode ter a ideia de querer tirá-lo do caminho.