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Tarja Turunen: Churrasco com couro

Em Buenos Aires, e com o marido Argentino, a rainha do heavy metal global gira em torno do vazio de sua vida. Tudo no mundo de Tarja Turunen sempre vem com um prato de glamour. Para entendê-la melhor, pense na exata interseção entre Pantera e Andrew Lloyd Webber, ou Sarah Brightman alta no crack. Apenas recentemente esses churrascos argentinos são possíveis.

Aproximadamente 10 anos atrás, Tarja da Finlândia foi a maior “sex simbol” do metal a frente do Nightwish, com sua potente voz operística, seu decote notório e suas explosões de metal sinfônico.

Marcelo Cabuli, produtor local a frente da Nems Enterprises, lançou seu álbum na Argentina. "Não vim aqui procurar por um marido exatamente. E ele foi paciente o suficiente", diz ela. "Foi a primeira que viemos nos apresentar em Buenos Aires, em 2000. Eu não tinha com quem conversar e um produtor do Brasil disse ao Marcelo pra me fazer companhia, pra cuidar de mim. Ele estava extremamente ocupado, mas ele sempre fazia algo por mim, me mostrava a cidade. Assim nos apaixonamos." O voo de volta pra Helsinki foi ainda mais tenso. "Eu estava fora de mim, eu não poderia estar apaixonada por um cara que morava do outro lado do mundo, minha carreira, isso e aquilo, mas aconteceu." Hoje, Marcelo é seu produtor e tiveram alguns momentos épicos: Em 2003 ela foi convidada junto com seu marido pela presidente da Finlândia para um encontro no palácio presidencial para celebrar a O Dia da Independência; Tarja se vestiu em alta costura, e Marcelo dentro de um terno desconfortável, com aperto de mãos com a presidente e tudo. Tarja, em sua nativa Escandinava, fez o cruzamento definitivo: "No meu país, tenho um status de celebridade, sou bem conhecida, tanto no metal quanto na ópera!. Seu primeiro solo álbum, "My Winter Storm", foi direto para o número um nas paradas, por exemplo. Mas Buenos Aires, sem ser profissional, "é diferente".

"Na Finlândia, não tenho vida privada. Aqui eu uso o metrô, o sol aparece, é incrível. E eu tenho um belo apartamento em Buenos Aires, mas não vou te dizer aonde." Ok, quem cozinha? "Eu. Eu cozinho salmão, muito peixe, o que não é tão comum aqui. Marcelo cuida do churrasco, mas eu posso ajudar, eu gerencio. Também empanados, milanesas. Eu sei fazer tudo isso. Amo ser dona de casa. A única coisa ruim é que nunca estamos aqui por mais do que duas semanas seguidas, estamos vivendo dessa forma por 5 anos."

Agora, é a tour promocional para o "What Lies Beneath", seu novo álbum solo, o qual é bastante ousado. Não é Nightwish, o qual ela deixou em 2005 após a construção de uma culto de seguidores em Buenos Aires, com um show esgotado em "Obras Stadium", no maior escândalo do gênero em anos, com o rompimento e as acusações cruzadas ("não há chance de reencontro, desculpe", declara) mas um pedaço tão direto quanto um progressivo, precisamente, a interseção entre Pantera e Andrew Lloyd Webber, onde seu trono como rainha do metal é reafirmado. E a rainha não limpa o chão. "Você está errado. Eu faço isso o tempo todo. Uma casa suja não é minha casa".