Alguns sortudos foram convidados a ouvir inteiramente o excelente novo álbum de Tarja Turunen, What Lies Beneath, e depois a própria em pessoa sentou-se para responder algumas questões.
Q: Você mesma produziu o álbum. Como se sentiu?
Sim, parece loucura, não é? É uma grande produção e também um grande passo para mim. Definitivamente foi uma experiência de aprendizado desde o início, mas eu senti que isso precisava ser feito depois do primeiro álbum. De alguma maneira tinha que tomar o controle, na produção. Minha banda estava lá e estamos em turnê juntos por alguns anos e todo o pacote estava pronto, então foi muito mais fácil para mim começar a orientar as pessoas e ver como funciona. Para mim a principal coisa era fazer as demos soarem tão próximas possíveis das edições finais e da produção final, o que para mim significou uma grande produção da demo. Nós iniciamos as gravações em Fevereiro e gastamos toda a primavera na produção – e agora finalmente o álbum está pronto. Mas foi divertido, digo muito divertido. Eu realmente estou tão animada!
Q: Você pode nos guiar através do processo de composição?
Ao total, isso levou cerca de dois anos; mesmo estando em turnê, não importava onde parava eu escrevia músicas. É claro, para mim compor ainda é algo novo e fresco; você entra em algum lugar ainda desconhecido, há tantas coisas que você aprende todo dia quando compõem sobre você, sobre o mundo e como você o vê. Mas é tão emocionante ser capaz de te dizer um pouco de mim, colocar isso na letra ou colocar isso na música, como eu me sinto, o que eu sinto.
Na música, há tantas coisas que você aprende todo dia, sempre há alguém melhor que você, mas eu não quero parar; é minha paixão e simplesmente não posso parar. Progresso ou progredir e me desenvolver é a coisa mais importante, e escrever para esse álbum foi realmente uma longa jornada comigo mesma e tenho escrito músicas sobre o que está sob as mentiras e o mundo a minha volta; então todas as músicas estão, de um jeito ou de outro, conectadas de alguma maneira sob o título What Lies Beneath. Então, se é sob a superfície da água, já que sou uma amante de mergulhos, ou o que está sob as mentiras em nós seres humanos; como, às vezes, seria bom olhar duas vezes as coisas.
Às vezes você vê algo e no outro dia você olha para a mesma coisa novamente, mas não se parece mais como ontem; é como assustadoras as coisas são no mundo; deixe-nos ter o tempo para olhá-las propriamente.
Q: O que você acha de tão maravilhoso em estar abaixo da água como uma mergulhadora?
Oh, é tão difícil explicar para as pessoas que eu não tentei. Eu acho o mundo submarino absolutamente fascinante, as coisas são realmente belas; é um mundo de sonhos. Mas o fato é que minha vida está na estrada o tempo todo, e tem sido assim por muitos anis; há apenas alguns momentos quando está calma. Eu moro em Buenos Aires a qual é uma grande cidade como Londres, muito barulho, então é difícil conseguir um lugar realmente calmo. Então mergulhar é algo especial; Eu posso ouvir minha respiração enquanto estou mergulhando, eu concentro em minha respiração e é tão relaxante. Tudo mais que estava lá ontem ou até no mesmo dia, já se foi; Eu posso esquecer de tudo. É definitivamente uma inspiração; É importante para todos dar suas escapadas, onde quer que seja.
Q: Quando você estava escrevendo o What Lies Beneath, você o queria mais metal ou mais melódico? Havia algum pensamento consciente de como você queria que soasse?
Eu queria fazer com que esse álbum soasse como o que eu mesma queria escutar, como minhas preferências musicais hoje como uma amante da música. Desde que foi um longo processo de composição, eu finalizei escrevendo em torno de 30 músicas, então eu precisei levar as melhores delas. Mas eu nunca tive nada subconsciente de que eu deveria escrever um álbum mais pesado; Isso é o que eu realmente queria, com orquestra e o amor pelos filmes que eu ainda tenho hoje.
Q: Qual o conceito por trás da arte e da cicatriz no seu rosto?
Quando eu recebi as primeiras fotos da capa do álbum e mostrei as pessoas, eu perguntei a elas "Então, o que você acha?"; "Oh, você está muito linda!" e é isso, o que me fez muito feliz. A arte é feita com a mesma ideia - você deve olhar duas vezes a vida; certas coisas você não vê de primeira vista. Então, depois da segunda olhada, você vê algo diferente. Foi inspirada nisso, eu queria que toda a arte fosse baseada em fotos; Eu gosto muito desse tipo de arte.
Q: Você teve muitas colaborações nesse álbum. Como você escolheu os artistas?
Quando as músicas foram para a demo, o sentimento foi que eu precisava de um sabor especial para certas músicas. Eu chamei por exemplo, esse grupo de alemãos Van Canto, um gruppo acapella, eles fizeram um excelente trabalho para a faixa de abertura "Anteroom of Death"; É uma música muito agressiva e louca para abrir o álbum, eu queria algo realmente inspirado como os arranges vocais do Queen - Foi uma coisa muito louca pra fazer com eles. Então Wll Calhoun veio tocar bateria para algumas músicas; Will é novamente um diferente tipo de baterista que eu conheci do Living Colour com Doug por alguns anos. Ele tem um talento inacreditável, realmente maravilhoso; Então eu pensei sobre cada música, as necessidades para cada uma delas. Eu sinto que não sou o tipo de artista que pode ser encaixada dentro de uma certa categoria, eu sinto que o que vem, vem porque estou muito livre hoje, sinto que tendo a liberdade que eu nunca dou qualquer dica de fora.
Q: Como você escolheu Joe Satriani para tocar em "Falling Awake"?
Eu trabalhei com o Doug Wimbish (baixista do Living Colour) por alguns anos; Ele gravou o baixo no álbum, e Doug é amigo de Joe. Eles estavam em turnê juntos nos EUA, e eu encontrei Joe quando fui trabalhar em Los Angeles para a mixagem do álbum, e me aproximei dele com essa ideia para "Falling Awake" ter um solo de guitarra; Ele ouviu a música e disse que amou e faria o solo. Eu tenho todos os álbuns de Joe; Foi uma grande honta tê-lo em uma faixa do álbum.
Q: Qual foi a inspiração por trás de fazer uma música no estilo "James Bond" com "In for a kill"?
Começou como uma brincadeira eu acho; Haviam dois compositores em Estocolmo e eu fui para seus lugares e falei vamos escrevê-la! Começamos a refletir sobre ela, e então a hsitória da música foi muito radical, a forma do estilo James Bond e mais sobre nós como seres humanos; E estou falando sobre tubarões, sobre como as pensam que os tubarões estão nos caçando mas realmente nós estamos caçando os tubarões.
Esse é todo o conceito da música, como é triste. O equívoco que temos da vida em geral que nós pensamos que todos os tubarões são assassinos e nós precisamos ter medo deles. Eu vi um documentário chamado "Shark Water", chorei muito depois daquilo, foi tão horrível.
Q: Dessas 11 músicas, com quais você está mais feliz?
Oh, não me pergunte isso... bah, essa é difícil! Há uma enorme diversidade então seria muito difícil pra mim te dizer uma música. Talvez amanhã será diferente. Sério, é um problema de emoção; O álbum inteiro é sobre isso, eu escrevi as músicas desencadeada a certas emoções. Eu diria que foi maravilhoso tocar ao vivo "In for a kill" por exemplo, é uma grande variedade de vozes e demanda de muito poder, mas também muita concentração; É a terceira ou quarta faixa que você ouve no disco.
Mais ou menos todas as gravações foram feitas sem fones, apenas com um microfone na sala com acústicos e um monitor na minha frente e eu canto ao vivo; É assim que gosto de gravar. Como um ouvinte você pode realmente me ouvir, não são bits e pedaços; E odeio aquilo. Então provavelmente aquela música hoje; Amanhã pode ser totalmente diferente.
Q: A gravadora queria que você refizesse o "I Feel Immortal"; Qual foi sua reação? Você ficou frustrada com isso?
Sim, eu estaria mentindo se eu disesse que não estava frustrada. Ela me foi entregue muito tarde, tudo já estava feito; Mas fiz minha decisão. É claro que eu não que eu não estaria trabalhando com o selo se eu não precisasse deles, então entendo o ponto. Basicamente o que você ouve na música hoje, é apenas o refrão que lembra o original; Até mesmo a letra é diferente. Desde que havia um tipo de liberdade, eu decidi trabalhar nela. Há um belo vídeo feito para a música que eu fui gravar na Islândia; A paisagem da Islândia é maravilhosa, um país muito bonito.
Q: Para esse álbum você fez o cover "Still of the night" do Whitesnake; Dave Coverdale é consciente, ele já ouviu?
Não faço ideia se ele já ouviu; Estou bem assustada! Sou fã do Whitesnake desde que eu era adolescente. Não vai estar nas gravações apropriadas, mas em uma versão deluxe, uma faixa bônus. Foi divertido fazê-la; Eu queria fazer um grande arranjo de orquestra para ela, algo massivo; A original tem um certo espaço pra isso, então eu pensei em explorá-la um pouco mais, então há também um grande coral. Eu acho que há mais de 200 pessoas cantando nessa música, na faixa com a orquestra nacional da Eslováquia.
Q: Você recentemente apareceu na música "The Good Die Young" do Scorpions.
Foi um momento muito estranho quando Klaus Meine me ligou; Foi maravilhoso, uma grande honra. No momento que ele me mandou suas canções e eu podia escolher a que eu mais gostasse. Foi só depois de eu ter gravado a música que eu ouvi falar que este ia ser o último álbum de estúdio, eu fiquei completamente chocada. Eu encontrei os caras e tocamos a música juntps em um programa na Áustria; Pessoas muito legais.
Q: Você também trabalhou com Doro Pesch ultimamente.
Ea é realmente uma senhora muito amável. Fizemos algo juntas, ela me pediu pra cantar uma das músicas para seu álbum e eu me desculpei por não ter tido a chance de pedir pra ela cantar uma das minhas. Eu espero que possamos trabalhar em algo novamente. Ela está nos negócios há muito tempo, 30 anos.
Q: Com quem você gostaria de trabalhar?
Peter Gabriel! Não, sério! Eu amo ele, eu realmente amo Peter Gabriel, e ele é meu ídolo. Sua música e a forma com que ele faz, é a forma que ele é representado em sua música, a forma que ele é como pessoa. Eu o encontrei há alguns anos atrás e eu tremi como uma menininha, eu estava muito nervosa. Eu gostaria de ficar como ele é hoje; Eu desejo que não há nenhuma razão para começar a voar ao redor. Ele é uma grande personalidade e músico; Um grande artista.
Q: Você tem um show em Shepherds Bush; O que podemos esperar? Terá algum convidado especial?
Eu ainda não coloquei isso em meus pensamentos porque o álbum ainda está pra sair. Definitivamente será baseado no novo álbum; Vamso tocar muitas e muitas músicas legais. Haverão algumas surpresas como eu sempre quero revigorar o setlist. Haverá um novo baixista comigo mas eu não posso te dizer ainda quem é, mas ele é da América.
2010 - The Music Fix
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