No bar do corredor de um hotel senta uma mulher, que diz ter encontrado a simbiose entre trabalho, amor e família.
Por mais estranho que pareça, parece que Tarja encontrou seu próprio significado de vida.
A soprano que está lançando seu terceiro álbum Colours In The Dark, não anseia mais após o Nightwish, mas ela apaixonadamente foca em sua própria carreira e seus projetos.
Ainda, isso e tudo, o médico tentou proibí-la de banguear.

Você tem falado com Tuomas Holopainen depois de 2005?
-Nem uma palavra.

Na sua opinião, qual cantora é melhor: Anette Olzon ou Floor Jansen?
Oh! Essa é uma pergunta que eu não posso responder. Pessoalmente eu tive o prazer de conhecer a Floor e quando soube da sua contratação no Nightwish, eu desejei boa sorte e saúde para ela. Com certeza também desejo tudo de melhor pra Anette. Espero também encontrá-la um dia.

Se você nunca tivesse sido a vocalista do Nightwish, seus álbuns solo seriam igualmente mais pesado do que agora?
Não, não seriam! É muito bom que algumas mudanças aconteceram na minha vida, as quais eu não podia imaginar. Isso estava sendo um pouco tolo! Aprendi coisas novas, trabalhei com músicos excelentes e vejo como fazer música internacionalmente. Aprecio Eu gosto dali, de poder cantar Puccini quando quero e respectivamente retornar aos shows de rock e bater cabeça, apesar do meu médico ter proibido por causa de problemas no pescoço.
Encontri meu próprio caminho e um adorável balanço em minha vida.

Você lançou três álbuns solo, onde riffs pesados combinam com arranjos sinfônicos. Você ouve metal ou ópera em sua casa?
Ambos. Depende do meu sentimento. No carro eu escuto muito Alice in Chains. Na academia, Disturbed, o que me dá mais energia pra correr. Se eu sentir falta de melodias e música mais cômica eu ouço Avenged Sevenfold. Novamente, se eu quero apenas relaxar, então geralmente toco algum clássico ou trilha sonora. Gosto de muitas músicas, de Tears Of Fears à Muse, e de Genesis à Pink Floyd.
Meu marido Marcelo tem uma coleção de cds totalmente chocante e de lá eu pego algumas influências

Falando do seu marido/empresário, o quanto Marcelo interfere no seu trabalho?
Sempre falamos sobre tudo como por exemplo, contratos e agendamento de shows. Apesar do Marcelo ser meu marido, eu não quero que nada se esconda de mim.
Agora que temos uma bebê, foi sorte que ambos os pais estejam constantemente juntos na estrada. Então trabalho e amor estão combinados em nosso dia a dia, o que é a real prioridade, porque nosso trabalho também é amor.

Além da ópera e shows de rock, você também faz concertos clássicos em igrejas. Por quê?
Eu acho que é atraente. É adorável retornar a sua terra natal no meio do silêncio e da neve e encontrar sua família. O Natal sempre foi uma época quieta com a família, especialmente agora que minha mãe não está mais entre nós e moramos longe uns dos outros. Essa igrejas são um tipo de tradição de família. Eu gosto de cantar em igrejas e daí eu vejo o silêncio das pessoas e também como está as afetando.
Talvez por isso eu queira canar músicas de Natal, porque é importante para muitas outras pessoas.

Você é uma pessoa religiosa?
Não religiosa, mas espiritual. Minha família é luterana, enquanto o pai do Marcelo é judeu e a mãe é católica.
Nossa filha não é batizada, mas quando ela tiver 18 anos ela poderá decidir no que acredita ou não; Com certeza contaremos a Naomi sobre anjos e que a vovó é o anjo guardião, mas para por aí.

Além da sua carreira solo, você também trabalha no Harus e na banda Outlanders. Essa última é uma citação de textos do escritor Paulo Coelho. Você não imagina algo, bem, distinto?
Os textos de Paulo Coelho sempre foram minha fonte de inspiração. Mesmo que o Coelho a princípio repita muitas coisas em seus livros, sua forma de colocar pensamentos em palavras me afetam desde "O Alquimista". Seus livros me ajudaram a me assistir e a me entender melhor. Nunca nos encontramos mas já estamos em contato por e-mail há muitos anos, mas sempre vem com algumas inibições. Espero que possamos nos encontrar algum dia.

Seu novo álbum se chama "Colours In The Dark". O título se aplica também a capa, o que a banha com cores brilhosas. Você acha que nesse momento você tem mais cores do que preto na sua vida?
Absolutamente. Apesar de que uso preto e gosto, hoje em dia há muito mais cores ao meu redor. Tanta musicalidade e coisas boas. Eu quero refletir o nome do álbum também na capa. Todas as fotos do álbum foram tiradas nos festivais Holi da Índia, enquanto eles ativaram cores para o céu e as pessoas estavam sobre a influência. As fotos ficaram fabulosas e localmente chocantes também. O cenário colorido é muito "na sua cara", o que deve ter chocado os seguidores do rock. Pra mim foi ainda uma coisa muito importante.

Por que você mesma quis produzir seu novo álbum?
No meu álbum de estreia (My Winter Storm) havia um produtor porque minha carreira solo estava no começo. Minha gravadora não queria que eu estivesse sozinha no processo, nem eu queria isso. Depois disso, o produtor não entendia nada do que eu queria, então decidi que eu produziria meus próximos álbuns porque seria mais fácil e sim, foi! É claro que meu marido é de grande ajuda pra mim. Mesmo que o Marcelo não seha um músico, ele tem um ouvido muito bom e pode me dar boas dicas. Muitos materiais vieram, mais do que podem caber em um álbum, portanto nessa situação foi diferente depois do álbum What Lies Beneath,

Que tipo de vida você vive em Buenos Aires?
Maravilhosa!
Temos um adorável apartamento e eu gosto da área residencial. Há pequenas cafeterias e cores. Aguardo chegar em casa porque estamos desde março carregando as mesmas malas. Marcelo acaba de procurar por uma lavanderia em Helsinki, assim podemos lavar nossas roupas. Essa viagem contínua é muito dura e as dores no pescoço são horríveis quando um travesseiro muda a cada noite, mas sim,isso também me dá muitas expansões.

Tradução do finlandês para o inglês: Zina